domingo, 13 de dezembro de 2009

A roda viva da redação escolar

Não sei se fui a única a achar o tema da redação do Enem meio irônico. De fato é muito esquisito uma prova que já foi fraudada pedir "o indivíduo frente à ética nacional" como proposta. Mas até aí era uma só. Hoje fui abrir a prova da segunda fase da Uerj e estava lá "dê sua opinião sobre a cultura de transgressão das leis".
Hmmm... interessante.
Agora de repente parece que alguém está querendo promover a moralização dos vestibulandos através de composições escritas. Não deixa de ser um bom projeto, mas, sinceramente, o que será que estão querendo com isso? Com certeza não é para colher nossa preciosa opinião a respeito, porque eu quero ver quem é que conseguiria fazer caber "as informações contidas nos textos da proposta, os conhecimentos adquiridos na sua formação e suas reflexões pessoais" em 5 parágrafos somando 29 linhas (porque uma é do título) com introdução, desenvolvimento e conclusão sem fugir do tema. Em uma hora.
Não vou dar uma de rebelde sem causa aqui: as dissertações são importantes e têm valor como textos argumentativos que são. E mais ainda: vestibulares sem redação perdem muito de sua credibilidade. Mas a verdade é que pedir para o aluno colocar seus valores, seus conceitos de ética (ou da falta dela) no papel e daí atribuir nota de 0 a 10 para isso, não sei não, mas para mim já é abuso.