domingo, 28 de setembro de 2008

Portinholas

Bateu uma saudade do ano passado, do teatro, do colégio, daquilo tudo.

Então, uma homenagem ao melhor grupo de teatro: Tá "assim" de gente querendo!!!

"Porta, portinha, portão
As portinholas da infância se abrem para o sonho
Patati-patacolá
Lá vem o pato para ver o que é que há
Pula carniça, pula corda
Pula a tristeza, que vai-se embora.
Espia na fechadura
Do outro lado tem um sorriso
É da menina com vestido de bolinhas!
No campinho de terra batida
Rola a bola de meia
Em meio a pés que desconhecem sapatos.
"Como é teu nome? Pode jogar!
A única diferença é do time de lá!"


Por trás destes sorrisos
Numa portinha bem fechada
Se esconde uma pobreza
Miserável, dolorida.
Nestes rostos sem nome
Nestas crianças sem pátria
Fundou domínio a fome, o trauma.
Nestes sorrisos escavados
Em rosto de alguém,
Em terra de ninguém
Nasceu a sina incerta
E se instalou para não sair.
Nestes olhos sem brilho
O reflexo é da visão longínqua:
Ela, a miséria; ele, o pai.
Ela, a mãe; ele, o destino.
Debaixo de um mesmo sem-teto
Na casa que não existe
Na família que falta
Na comida que não têm.

Como se quisesse fugir daquilo
O menino navega em seus sonhos
Por um rio de palavras
Com cacos de estrelas,
com pedaços de brincadeiras
Talvez com fome
Talvez sem nome
Sentado no chão
Com um pião na mão
Está o menino com suas ilusões.
É ali o próprio futuro sentado
A propria esperança à espera.
Esperança regente de um depois menos feio
De uma realidade menos cinzenta
De um mundo legislado só por crianças.


Onde branco contra preto
É só no jogo de xadrez.
Onde o único roubo
É de um beijo.
Onde a única guerra
É pra vencer o futebol.
Onde a única fome
É de brincadeira.
Onde a única sede
É de conhecimento.
Onde o único grito
É de gol.
Onde a única morte
É da boneca doente.
Onde a única ferida
É o tombo de bicicleta.
Onde a única lei
É a amizade incontida.
E mais não há,
Só por não precisar.
Porque a melhor medida do direito
É praticar sem medida
O amor e o respeito."


Por: Laila Natal e Lucas Larcher

sábado, 27 de setembro de 2008

Pachacúti



Primeiro de tudo preciso exibir a figura que nos valeu o seguinte comentário do professor de Geografia: "O de vocês eu nem precisei corrigir nada, eu olhei a primeira figura e arrepiei" (!!!!!).

Realmente, o calendário asteca é lindo. Mas eu vim falar de outro povo: os incas.

No meio das considerações sobre fim do mundo, novo Sol, etc de maias e astecas, me deparei com a visão completamente otimista dos incas: O fim do mundo é agora. Um papo técnico rápido: Os incas acreditam que o mundo se renova em ciclos de mil anos (sóis), e que entre um ciclo e outro existe uma época de inversão, um Pachacúti, que é como se fosse o "fim do mundo" temporário deles.

Pois é, eles acreditavam que com a invasão espanhola começou um Pachacúti e... não acabou. Exatamente: O fim do mundo é aqui e agora, e só vai acabar quando chegar o sexto sol. Incrível! Enquanto todos se preocupam com o futuro pior, os incas dizem que pior não pode ser, então tende a melhorar. Vamos com fé, e espero que o sol não demore muito.
"Mas é claro que o Sol
Vai voltar amanhã
Mais uma vez
Eu sei.
Escuridão já vi pior
De endoidecer gente sã
Espera, que o Sol já vem..."
Renato Russo

Vez das Humanas ^^


Adamastórico (do Gigante Adamastor, de Camões): Terrível, monstruoso.

Exemplo: A prova foi adamastórica / acontecimento adamastórico
As pessoas tornaram comum o uso de expressões matemáticas no cotidiano (ex.: zero à esquerda) é hora de colocar a literatura a par de tudo!

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Vendo as exatas de uma forma menos hostil =)


A vida é uma senóide

Cara de dipolo-induzido
Tipo físico "ácido graxo"

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

De vestibulares e filósofos


Emergi dos estudos de química para falar com não-sei-quem que vem (ou não) aqui. Enfim, me lembrei de uma "conversa" que tive com o professor de Físca. No meio da prova os comentários sobre a questão 3 o fizeram observar que era pura lógica matemática e disse: "os maiores filósofos eram físicos".

Isto me lembrou de uma discussão que tivemos sobre este assunto, e eu disse: "Pelo contrário, os maiores físicos eram filósofos". Porque os filósofos viam todas as ciências como integradas, aprendiam e ensinavam pela experiência direta.

Eu tive vontade de dizer que os pensadores se remexeriam no túmulo ao vê-lo usar suas idéias para justificar uma prova. Se um filósofo visse o sistema educacional de hoje, sentiria vergonha.

Esse conhecimento formatado, as verdades tomadas como incontestáveis, obrigatórias para todos que querem ser alguém na vida são o oposto do que pregava qualquer filósofo. Os cálculos de Química e Física de hoje abandonaram seu intuito inicial: conhecer, explicar, entender e melhorar o cotidiano. Simplesmente porque são feitos de convenções (a entalpia é um claro exemplo). Não se fazem mais perguntas do tipo: como e por que isto acontece? Agora é: se acontecer, calcule a velocidade e o quanto acontece.
Sócrates já dizia: "só sei que nada sei". Ora, quem é dono do conhecimento absoluto para atribuir conceito 0 a 10 para a capacidade intelectual de alguém? Hoje, aprendemos sem descobrir, simplemente por aprender, sem ter o direito de pensar em discordar.

Tudo isto pode até não passar de um devaneio de uma pré-vestibulanda alucinada e revoltada com a semana de provas. Mas fica registrado, quem sabe alguém não concorda?

sábado, 20 de setembro de 2008

Tlazolteotl

No meio do meu projeto sobre a visão de mundo dos povos pré-colombianos, acabei me perdendo (propositalmente) na mitologia asteca. Fiquei impressionada, e não tenho palavra melhor para descrever a não ser SURPREENDENTE. No meio desta visão completamente inovadora, uma figura mais surpreendente ainda: Tlazolteotl, a deusa da sujeira.
Na crença deles, ela representava a força que emana de toda forma de "imundície": a luxúria, a trapaça, o pecado em si. E não só isto, é ela que absolve os pecados do povo. Foi isso o mais impressionante. Nunca tinha parado para pensar que a sujeira gerasse uma força, poderosa e motriz, comparável ao ódio, à paixão, etc. E essa força é tão poderosa que ela mesma se purga de si (redundante, não?).
Para o nosso mundo de hoje, uma Tlazolteotl seria extremamente útil. Em vez de aguardar uma força externa para libertar esse mundo sujo, a solução é usar essa força da própria sujeira para limpá-lo, como uma solução saturada para purificar a substância. Um exemplo prático: o dinheiro sujo desta política imunda poderia ser utilizado para obras públicas, tarefas de imposto. Quanta ironia: "lavagem de dinheiro".
Voltando aos astecas, foi um exemplo bem claro do quanto podemos aprender com os povos que chamamos de "não-colonizados", que na verdade são muito mais civilizados que nós, se virmos sua cultura figurativamente, respeitando o modo de pensar deles, ao invés de dizer que "os astecas falavam que o mundo vai acabar em 2012." Pesquise um pouco, vai ver que não tem fundamento com a ciência de hoje. Mas, se quiser levar fé nessas "teorias de medo", faça de modo útil: lembre de Tlazolteotl e vá fazer algo que preste ao invés de chafurdar no pessimismo.
Bom final de semana! (se alguém vier aqui)

sexta-feira, 19 de setembro de 2008


Quantas vezes já criei e deletei blogs... falta de incentivo, de público, de assunto, de tudo.
Só que desta vez criei por mim.
Se estiver disposto a ver um pouco com os meus olhos, seja bem vindo!
A porta está aberta e o sorriso é largo, venha de mente solta e abraço apertado!