quinta-feira, 25 de setembro de 2008

De vestibulares e filósofos


Emergi dos estudos de química para falar com não-sei-quem que vem (ou não) aqui. Enfim, me lembrei de uma "conversa" que tive com o professor de Físca. No meio da prova os comentários sobre a questão 3 o fizeram observar que era pura lógica matemática e disse: "os maiores filósofos eram físicos".

Isto me lembrou de uma discussão que tivemos sobre este assunto, e eu disse: "Pelo contrário, os maiores físicos eram filósofos". Porque os filósofos viam todas as ciências como integradas, aprendiam e ensinavam pela experiência direta.

Eu tive vontade de dizer que os pensadores se remexeriam no túmulo ao vê-lo usar suas idéias para justificar uma prova. Se um filósofo visse o sistema educacional de hoje, sentiria vergonha.

Esse conhecimento formatado, as verdades tomadas como incontestáveis, obrigatórias para todos que querem ser alguém na vida são o oposto do que pregava qualquer filósofo. Os cálculos de Química e Física de hoje abandonaram seu intuito inicial: conhecer, explicar, entender e melhorar o cotidiano. Simplesmente porque são feitos de convenções (a entalpia é um claro exemplo). Não se fazem mais perguntas do tipo: como e por que isto acontece? Agora é: se acontecer, calcule a velocidade e o quanto acontece.
Sócrates já dizia: "só sei que nada sei". Ora, quem é dono do conhecimento absoluto para atribuir conceito 0 a 10 para a capacidade intelectual de alguém? Hoje, aprendemos sem descobrir, simplemente por aprender, sem ter o direito de pensar em discordar.

Tudo isto pode até não passar de um devaneio de uma pré-vestibulanda alucinada e revoltada com a semana de provas. Mas fica registrado, quem sabe alguém não concorda?

Um comentário:

Sanger/Regnas disse...

Eu concordo!!!
Ainda bem que já passei por isso...
Abraços!