sábado, 22 de agosto de 2009

"Pega a faca e mata!"

Outro dia me deparei com o álbum mais ferrenhamente vegetariano que já vi. 95 fotos de pura militância anticarnívora. Quando cheguei à 40ª foto, já estava considerando a hipótese de me tornar herbívora até que ouvi o chamado de "quem quer hambúrguer!?" e fim da história.

Neste meu curto tempo de vida até agora já ouvi absurdos como "eu não como carne, só como picanha" e "eu sou vegetariana, mas como nuggets". Claro que isso dá o que pensar. As pessoas não comem carne por diversos motivos, algumas por gosto, outras pelo peso e muitas por filosofia de vida. Gosto e peso são problemas muito pessoais, então vamos à filosofia.

É comum ouvir grandes dissertações sobre as emissões de metano causadas pelas criações de gado mundo afora. Acontece que os aterros sanitários, onde é depositada a maior parte do lixo orgânico mundial, emitem muito mais metano. E o lixo orgânico, além de restos de carne, inclui também saudáveis e puros restos e cascas de vegetais e frutas. Ainda sobre o monstruoso aquecimento global, é importante dizer que os adorados computadores em que os respeitáveis vegetarianos divulgam suas idéias verdes são produzidos em sua maioria por empresas de capital norte-americano, sendo que os EUA nem assinaram o protocolo de Kyoto.

Outro argumento muito comum é a crueldade com os animais, e é aí que eu chego ao verdadeiro assunto do texto: a crueldade. A crueldade está cada vez mais cruel. Se hoje eu digo que não dispenso um bom churrasco, que o queijo não é a mesma coisa sem o presunto e que não tem palmito que substitua um molho à bolonhesa tem gente pronta para me chamar de assassina. Porém, muitos fecham os olhos para as crueldades cometidas nas touradas, nos rodeios, nos circos, nas rinhas de galo e nos reality shows que divertem todo o mundo.

Reality shows? É, eles mesmo. Afinal, o que poderia render mais Ibope que tortura humana, seja ela física ou psicológica? Que tipo de humanidade senta no sofá para assistir pessoas comendo olhos de cabra, embriões de pintinhos, peixes vivos e outros "alimentos"? Todos prontos para passar por cima dos seus escrúpulos, dos seus valores e dos seus limites para ganhar altas somas de dinheiro. E os filmes? As tropas de elite da vida? Tortura esgota bilheterias.
Crueldade.
E antes que venham com grandes discursos dizendo que a culpa é do capitalismo, que ele torna as pessoas selvagens, estejam os senhores leitores devidamente lembrados que as execuções públicas já eram atração há mais de 2 mil anos e que os combates entre cavaleiros divertiam a sociedade feudal.
A crueldade parece quase inerente. Se a humanidade não evoluiu a ponto de se tornar boa consigo própria, imagine tornar-se piedosa para com os animais. Antes defender a própria espécie! Se bem que, com essa crueldade toda, nem sei porque me dou ao trabalho.

10 comentários:

Ravick disse...

Sabe, vendo ou lembrando como as crianças são (naturalmente?) cruéis, eu me pergunto se isto não é uma característica natural nossa...

Em todo caso, como pergunto a todo vegetariano se plantas não merecem solidariedade, já ouvi outras pérolas além das que citaste, como "planta não é ser vivo". hehe

Anna Paula disse...

Pior que o massacre psicológico dos reality shows que citou são os avíõezinhos de $$$$$$$ que o SSantos joga na platéia... alguém,com certeza, já morreu pisoteado por causa de um mísero 20 reais.....

Parabéns pelo texto

a transviada disse...

quer viver "no limite"?

1. ganhe um salário mínimo.

2. more na periferia.

3. saia de casa todo o dia antes do sol raiar e volte quando seus filhos já estiverem dormindo.

4. dependa de serviços públicos de saúde e educação...

5. pague todas as contas e faça supermercado.

6. NÃO termine de forma alguma o mês no vermelho ou será eliminado!!!

[acho que, ao contrário da GLOBO e Cia, eu é que não tenho imaginação e espírito de aventura...]

Duan disse...

Cara... a pouco tempo tentei entrar nessa de vegetariano... foram 5 dias... valeu pra me mostrar q é bem difícil viver sem carne... eu sinceramente não estou nesse patamar de evolução... mas sempre me pergunto o que é correto nesse caso... é bem difícil mesmo. Quanto a crueldade... se vai ser sempre assim... nem a humanidade vai responder... só o tempo... Queremos que não... Ótimo texto...

Anônimo disse...

É uma questão muito complicada essa mesmo...há alguns meses atrás eu tive a oportunidade de conhecer um militante chamado Fábio e o que ele é e faz me chamou bastante atenção, é realmente admirável...ao ver o Orkut dele e principalmente o álbum de fotos cheguei à cogitar em me tornar vegetariano tamanha revolta com o que se faz com os animais e tamanha lógica que você vê na sua frente de que você está sendo uma má pessoa ao consumir carne...mas como disse o colega acima...eu não consegui atingir esse estágio de evolução ainda. Bela questão levantada aqui por você, mais uma vez está de parabéns...
Se te interessar, sugiro que visite o perfil desse meu amigo, o Fábio, na descrição do perfil dá para ver o quanto ele faz pela causa e as fotos te fazem no mínimo refletir um pouco sobre a vida. Eis o link: http://www.orkut.com.br/Main#Profile.aspx?rl=bgp&uid=13285202890466167325

Abraços...

Unknown disse...

tava sumida mas quem ta vivo sempre aparece né? adoreeeeeeeeeei ler este texto pq se tem uma coisa q eu gosto neste blog é como vc expoe seus pensamentos (q mtas vezes batem com os meus)... e como eu ainda nao tinha pensado no assunto da forma q vc colocou no texto, noossa, só posso dizer q adorei³!
como sempre, nao eh novidade: vc ta de parabens!
SOU SUA FÃ COLEGAHH

Sabrina disse...

Bem, eu acho que sua visão está um pouco voltada para o “ se eu não posso fazer tudo porque fazer um pouco?” . Não podemos acabar de uma vez com a crueldade do mundo, mas por isso não faremos nada contra ela? Porque os computadores são em grande maioria por norte-americanos, não vamos utilizá-los para um propósito bom? A questão é que vegetarianos não são perfeitos, mas estão lutando por uma causa positiva. O certo seria então quando detectamos um erro em certo ideal fechar os olhos para ele?
Outra coisa que gostaria de salientar é que vegans não usam nenhum produto de origem animal, além de também lutar contra sua exploração.
Obs.: Aprecie muito o blog!

Anti-animal-killers disse...

Disse Paul McCartney: "se os abatedouros tivessem paredes de vidro, todos seriam vegetarianos".

Quem come carne deve entender que é o mandante do crime, ou seja, paga pros outros fazerem o serviço sujo. A única opção ética, íntegra e não hipócrita, é o vegetarianismo.

Quanto à questão dos vegetais: 1. não há provas de que eles sofram, ao contrário dos animais, que sofrem sempre, e muito ('abate humanitário' é conversa fiada); 2. precisamos dos vegetais para sobreviver, o que não acontece com a carne (da qual, por sinal, vem uma proteína inferior à que se pode obter de fontes vegetais).

Os negros já foram considerados coisa (não eram pessoas, eram sujeitos sem direitos); as mulheres já foram consideradas inferiores aos homens (no direito civil brasileiro, até bem pouco tempo eram relativamente incapazes, mesmo adultas).

A coisa evoluiu, mas apenas por que o poder econômico permitiu (no caso dos negros, deixaram a escravidão por causa da Rev. Industrial, que tornou necessária a formação de mercado de consumo; a questão humanitária, de igualdade social e racial veio como pretexto, como sempre acontece nas mudanças de rumo sociopolíticas). Na história ocidental, a humanidade só avançou de acordo e na medida dos interesses do poderio econômico.

Enquanto a poderosíssima indústria da carne estiver faturando, a maioria não abrirá os olhos. Quem manda, insisto, é o poder econômico. Quer coisa mais ridícula e absurda que o alegrinho franguinho da Sadia?

É por isso que nossa sociedade (pseudo) civilizada convive com esse grande paradoxo: tem o holocausto humano, que vitimou judeus, negros e homossexuais, como grande mancha negra da histórica ocidental, mas financia o holocausto diário de milhões de animais, mesmo a maioria sentindo asco, recusando-se a tocar no assunto e sentindo nojo de ver imagens de abate (eu sempre mostro pra pessoas carnívoras, todas elas se sentem enojadas, tristes e viram o rosto...).

Mas não adianta. Fora aqueles que realmente refletem e têm como padrão comportamental a integridade, a grande massa vai continuar comendo carne, porque quem manda é o capital $$$$$$$$$$$$$$$$$. Assim sempre foi e continuará sendo, até a volta do Nosso Senhor Jesus Cristo.

Zé disse...

Disse Paul McCartney: "se os abatedouros tivessem paredes de vidro, todos seriam vegetarianos".

Quem come carne deve entender que é o mandante do crime, ou seja, paga pros outros fazerem o serviço sujo. A única opção ética, íntegra e não hipócrita, é o vegetarianismo.

Quanto à questão dos vegetais: 1. não há provas de que eles sofram, ao contrário dos animais, que sofrem sempre, e muito ('abate humanitário' é conversa fiada); 2. precisamos dos vegetais para sobreviver, o que não acontece com a carne (da qual, por sinal, vem uma proteína inferior à que se pode obter de fontes vegetais).

Os negros já foram considerados coisa (não eram pessoas, eram sujeitos sem direitos); as mulheres já foram consideradas inferiores aos homens (no direito civil brasileiro, até bem pouco tempo eram relativamente incapazes, mesmo adultas).

A coisa evoluiu, mas apenas por que o poder econômico permitiu (no caso dos negros, deixaram a escravidão por causa da Rev. Industrial, que tornou necessária a formação de mercado de consumo; a questão humanitária, de igualdade social e racial veio como pretexto, como sempre acontece nas mudanças de rumo sociopolíticas). Na história ocidental, a humanidade só avançou de acordo e na medida dos interesses do poderio econômico.

Enquanto a poderosíssima indústria da carne estiver faturando, a maioria não abrirá os olhos. Quem manda, insisto, é o poder econômico. Quer coisa mais ridícula e absurda que o alegrinho franguinho da Sadia?

É por isso que nossa sociedade (pseudo) civilizada convive com esse grande paradoxo: tem o holocausto humano, que vitimou judeus, negros e homossexuais, como grande mancha negra da histórica ocidental, mas financia o holocausto diário de milhões de animais, mesmo a maioria sentindo asco, recusando-se a tocar no assunto e sentindo nojo de ver imagens de abate (eu sempre mostro pra pessoas carnívoras, todas elas se sentem enojadas, tristes e viram o rosto...).

Mas não adianta. Fora aqueles que realmente refletem e têm como padrão comportamental a integridade, a grande massa vai continuar comendo carne, porque quem manda é o capital $$$$$$$$$$$$$$$$$. Assim sempre foi e continuará sendo, até a volta do Nosso Senhor Jesus Cristo.

Anônimo disse...

Disse Paul McCartney: "se os abatedouros tivessem paredes de vidro, todos seriam vegetarianos".

Quem come carne deve entender que é o mandante do crime, ou seja, paga pros outros fazerem o serviço sujo. A única opção ética, íntegra e não hipócrita, é o vegetarianismo.

Quanto à questão dos vegetais: 1. não há provas de que eles sofram, ao contrário dos animais, que sofrem sempre, e muito ('abate humanitário' é conversa fiada); 2. precisamos dos vegetais para sobreviver, o que não acontece com a carne (da qual, por sinal, vem uma proteína inferior à que se pode obter de fontes vegetais).

Os negros já foram considerados coisa (não eram pessoas, eram sujeitos sem direitos); as mulheres já foram consideradas inferiores aos homens (no direito civil brasileiro, até bem pouco tempo eram relativamente incapazes, mesmo adultas).

A coisa evoluiu, mas apenas por que o poder econômico permitiu (no caso dos negros, deixaram a escravidão por causa da Rev. Industrial, que tornou necessária a formação de mercado de consumo; a questão humanitária, de igualdade social e racial veio como pretexto, como sempre acontece nas mudanças de rumo sociopolíticas). Na história ocidental, a humanidade só avançou de acordo e na medida dos interesses do poderio econômico.

Enquanto a poderosíssima indústria da carne estiver faturando, a maioria não abrirá os olhos. Quem manda, insisto, é o poder econômico. Quer coisa mais ridícula e absurda que o alegrinho franguinho da Sadia?

É por isso que nossa sociedade (pseudo) civilizada convive com esse grande paradoxo: tem o holocausto humano, que vitimou judeus, negros e homossexuais, como grande mancha negra da histórica ocidental, mas financia o holocausto diário de milhões de animais, mesmo a maioria sentindo asco, recusando-se a tocar no assunto e sentindo nojo de ver imagens de abate (eu sempre mostro pra pessoas carnívoras, todas elas se sentem enojadas, tristes e viram o rosto...).

Mas não adianta. Fora aqueles que realmente refletem e têm como padrão comportamental a integridade, a grande massa vai continuar comendo carne, porque quem manda é o capital $$$$$$$$$$$$$$$$$. Assim sempre foi e continuará sendo, até a volta do Nosso Senhor Jesus Cristo.