terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Nós, os imortais

Algumas vezes na minha vida (e não foram muitas, dada a minha curta existência por aqui) eu tive uma sensação esquisita de História. A mais marcante foi em 2001. Passei por outras antes, mas foi só na terceira série, com a maturidade impressionante de uma menina de 9 anos, que eu passei a ver as coisas de outro modo. Naquela manhã de setembro eu tinha faltado o colégio porque tive febre, e no meio do meu desenho começou a passar prédio caindo, avião, árabes barbudos.

Depois eu fui vendo outras coisas, sempre com a mesma impressão: eternidade. Acabar de ver algo bom ou ruim que vou poder contar para os meus netos e ver a carinha deles igual à que eu sempre fiz quando ouvia meus avós e bisavós contarem grandes fatos do passado. É algo impressionante, que dá uma sensação de imortalidade.

Hoje foi uma sensação dessa. É claro que vocês já sabem porque. Eu procurei me manter imparcial nas eleições americanas, e várias vezes fui indiferente ao Obama ou à vice escandalosa do McCain. Mas hoje, no juramento da posse, independentemente da qualidade de governo que ele faça daqui por diante, vi que o cara já virou imortal. E nós com ele. Nós vimos.
Yes, we saw.


Obs.: A M.A.P. não acabou, semana que vem tem mais. Só quis fazer do Banquinho um pouco imortal também.
=)

5 comentários:

Stela Tannure disse...

Banquinho que eu descobri hoje e já me admirei. Não sei se isso é coisa de velha, mas você era tão pequenininha quando eu te via pela escola! HAHA

Mas, sem perder o foco: é sempre esquisito perceber quando estamos assistindo a história. Uma das minhas primeiras lembranças de criança foi o Muro de Berlim caindo quando eu brincava de bonecas no tapete. E o meu pai me pedindo silêncio p/ ouvir o impeachment do Collor. Depois veio o plano Real... ai, ai.

Mas pode ter certeza de que hoje vai ser um dia p/ contar aos seus netos, e eles vão ficar boquiabertos!

Parabéns pelo blog!

Bjo!

http://banalogiaeinutilidades.blogspot.com

Blog do Sarge disse...

O mais interessante é que ás vezes a História está sendo escrita e nem a percebemos, vamos descobrir um grande feito anos depois do fato.

Com o Obama não foi possível ser assim, afinal de contas a democracia disfarçada dos Estados Unidos ganhou uns pontos com sua eleição, mas espero que ele marque mais pelo seu governo que pelo fato de ser um negro na presidência, coisa da qual sou um tanto cético.

Mas o tempo dirá.

Beijos meu anjo.

V.H. de A. Barbosa disse...

Acho que estão depositando muita esperança no Obama. Só simbolismo não vai salvar os EUA, é preciso fazer as engrenagens funcionarem corretamente.

Além do mais, acho insuportável nossa mídia babar tanto ovo nesse homem a partir do pressuposto "um negro assumindo a presidência dos EUA!" e não terem dado a mesma importância a fatos como "um metalúrgico assumindo a presidência do Brasil", ou "um índio na Bolívia" ou ainda "um padre no Paraguai!". É aquela velha ladainha da elite: coisa chique só quando é de primeiro mundo. Ok. Um país falido como os EUA. Primeiro mundo. Às favas!

A despeito da minha irritação. também concordo que há momentos que, apesar de passarem despercebidos às vezes, vão entrar para a história. Como a Operação Satiagraha.

Abraços! ;*

Fael disse...

V. H. de A. Barbosa, concordo plenamente com vc. A operação satiagrah tem muito mais importância do que essa posse do presidente dos EUA.

O grande problema é que a grande mídia gosta de criar mitos, e o tal de Obama é um personagem criado. a grande mídia está criando ele.

Exemplo disso, o fato de ele percorrer de trem o mesmo percurso de Abraham Lincoln. Como dizia Marx, a história se repete, mas se repete como farsa.

O que ficará marcado na história será apenas o símbolo de um negro ter chegado ao poder em tal data; mas, provavelmente, será muito mais destacado dentro da história a farsa criada pela grande mídia de que este negro era o salvador da pátria (ou melhor, do mundo, rs).

Mas já é alguma coisa pra contar para os seus netinhos, rs.

Laila disse...

Concordo com vocês. Aliás, quando ainda estavam em campanha eu escrevi aqui sobre isso: como a mídia se preocupava muito mais com o fato de ele ser negro do que com as próprias propostas dele.